Pensamento Computacional para todos os alunos da Escola Leo Kanner
O objetivo da estratégia baseada no Pensamento Computacional, implementada na Escola Secundária Leo Kanner em Leiden na Holanda, é ensinar os alunos a abordar os problemas de uma forma lógica e usar ferramentas digitais para os resolver. Para tal, a escola organizou um programa piloto utilizando a tecnologia TI-Nspire™ CX. Uma vantagem importante é que se aprende o básico do Pensamento Computacional através desta tecnologia", diz o professor Zeno van der Zalm. "Começámos pelo básico, mas agora estamos numa fase de envolvimento de mais professores e disciplinas."
O Sr. Zeno
A Escola Leo Kanner oferece todos os níveis do Ensino Secundário a cerca de 300 alunos com diagnóstico das perturbações do espectro do autismo. Zeno van der Zalm ensina um conjunto de disciplinas Científicas e faz parte da equipa do projeto de Pensamento Computacional em conjunto com Harro Beek, coordenador de Informática, e Gertjan Schreur, professor de Matemática.
"Um dos valores fundamentais da nossa escola é que, como equipa, nos concentramos no que os alunos precisam. Trabalhamos em estreita colaboração, falamos muito com os alunos e somos acessíveis", diz Zeno. "O mais importante é que estabelecemos contacto e discutimos os temas em conjunto. É por isso que as linhas entre professores e alunos são estreitas e que os alunos nos chamam pelo nosso próprio nome. Mas é 'Sr. Zeno', ah!ah!ah!"
Tecnologia piloto
A escola decidiu envolver-se no ensino desta competência do século XXI, quando o Pensamento Computacional foi integrado no debate nacional sobre a reforma da educação. “A primeira coisa que fizemos foi optar pelo Python como a linguagem de programação dentro do nosso grupo de trabalho científico", diz Harro Beek. A Texas Instruments, através do seu programa de empréstimo para escolas secundárias, disponibilizou, no momento certo, tecnologia para os alunos experimentarem. Pudémos utilizar 16 calculadoras gráficas TI-Nspire™ CX II-T, o TI-Innovator™ Hub e o veículo robótico programável TI-Innovator™ Rover. Este ano letivo criámos um projeto piloto e, neste momento, estamos a analisar como podemos continuar a implementação do programa de Pensamento Computacional".
Atingir objetivos educativos através de uma abordagem clássica
Os professores adotaram uma abordagem clássica para ensinar os alunos a programar em Python. "Todos começam com a calculadora gráfica e passamos pelo programa passo-a-passo", diz Gertjan Schreur. "O software e os dispositivos da TI permitem-nos adotar uma abordagem estruturada. Preparamos tudo e explicamos em cada passo o que está a acontecer, enquanto isso, os alunos acompanham tudo através do quadro interativo. A estrutura do menu e as indicações sintáticas ajudam os alunos a aprender rapidamente a trabalhar com Python. Outra vantagem da calculadora gráfica é que os alunos são menos susceptíveis de se distraírem porque só estão a utilizar um ecrã. A abordagem clássica não conduz a uma diferença no desempenho educativo. Todos terminam a aula com um produto que funciona e todos os alunos atingem o objetivo".
Pensar como um computador
Os professores notaram que os alunos gostam do que fazem e sentem-se orgulhosos por esta ser uma experiência de sucesso para todos eles. "Se os alunos conseguirem obter algo com um código escrito por si mesmos, isso dá-lhes uma visão abrangente e aprendem a pensar como um computador que apresenta resultados. E quanto mais os alunos avançarem, mais tangível isto se torna. Eles têm, por exemplo, o código escrito para controlar as luzes led através do TI-Innovator™ Hub. Também utilizaram o seu próprio Python script para controlar um altifalante e tocar música. Foi fantástico ouvir realmente a canção que o nosso professor de música tinha escrito para este trabalho".
Programa interdisciplinar
O projeto musical é uma ilustração de como o pensamento computacional funciona noutras áreas do currículo. "Estão envolvidos professores de diferentes disciplinas, desde a Matemática e Física à Música e Arte", diz Harro Beek. "É por isso que planeamos fazer um uso mais alargado do programa de Pensamento Computacional no segundo ano".
O programa piloto também demonstrou a importância do tema para os alunos. "A sociedade está repleta de pensamento computacional e os alunos com diagnóstico das perturbações do espectro do autismo podem ter dificuldade em compreender a complexidade da sociedade", diz. "Tudo o que fazemos na escola é sobre explicações. Queremos evitar que os alunos façam suposições se não tiverem uma explicação a dar. O programa de Pensamento Computacional, dá-lhes as ferramentas para compreender uma sociedade que é cada vez mais dirigida por computadores".
Efeito bola de neve
A equipa está agora a desenvolver ideias para combinar diferentes disciplinas utilizando o pensamento computacional. "Estou à espera de um efeito bola de neve", diz Zeno van der Zalm. "Queremos trabalhar com temas de todos os níveis de escolaridade e esperamos poder trazer mais professores e disciplinas". “A tecnologia conecta as disciplinas de diferentes anos,” acrescenta Harro Beek. "Por exemplo, a tecnologia TI-Nspire™ CX pode ser ligada ao BBC micro:bit. Neste momento estamos a utilizar esta placa de microcontrolador com os primeiros anos e ao combiná-lo com a tecnologia TI-Nspire CX, podemos estendê-lo aos anos superiores. Assim, no terceiro ano, ligaremos o micro:bit à calculadora gráfica. Desta forma, aprender a programar é uma coisa gradual. Também planeamos utilizar o TI-Innovator™ Rover a diferentes níveis, para criar formas geométricas, realizar exercícios de Matemática e para Robótica".
Pronto para o futuro
Zeno van der Zalm ensina na Escola Leo Kanner há 10 anos e sente-se sempre orgulhoso da forma como os seus alunos
estão a progredir. "Na nossa escola o cenário é diferente do ensino regular", diz ele. "Os nossos alunos podem ser
eles próprios e a atmosfera calma estrutura e atenção de uma forma positiva e dá-lhes mais energia para aprender". É
maravilhoso ver que muitos alunos vão para o ensino regular, quando saem daqui. Com o programa de Pensamento
Computacional prevemos que os nossos alunos estejam nem preparados e prontos para o futuro!"